AS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ E LUCAS 23:43

Um estudo hermenêutico da narrativa bíblica

Nesta matéria, analisaremos o modo como as testemunhas de Jeová interpretam um único versículo da Bíblia, Lucas 23.43, e os argumentos que oferecem em defesa da sua interpretação. Esta análise contemplará dez princípios de interpretação que esse grupo viola constantemente na manipulação que impetram à Bíblia.

Começaremos com a exposição do texto bíblico na versão jeovista e na versão convencional, empregada pelos crentes:
 
Lucas 23.43

Tradução do Novo Mundo (TNM) “E ele lhe disse: Deveras, eu te digo hoje: Estarás comigo no paraíso”
Almeida Corrigida Fiel (ACF) “E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”

Como se nota prontamente, o único ponto de discordância relevante é se o termo “hoje” pertence à expressão “Deveras, eu te digo” (TNM) ou à expressão “estarás comigo no paraíso” (ACF).
Isso pode parecer sem importância, mas é crucial para as testemunhas de Jeová sustentarem seu posicionamento doutrinário. Como alguns outros grupos religiosos controversos, os jeovistas acreditam que os homens deixam de existir após a morte. Negam que haja uma alma imaterial ou espírito que pode existir como um ser pessoal à parte do corpo. Essa posição é, obviamente, rejeitada por Jesus, que promete ao ladrão arrependido que esse homem estaria com Ele no paraíso “hoje” (no dia da crucificação). Mas, alterando-se a posição da vírgula, essa noção fica totalmente subvertida, fazendo que a idéia de que Jesus e o ladrão foram imediatamente para o paraíso, após suas respectivas mortes, seja eliminada.

A própria posição da vírgula não pode ser determinada por uma simples apreciação do texto grego, porque, no texto grego antigo, não havia nenhuma marca de pontuação: todas as palavras foram justapostas sem nenhum espaço entre elas e todo o texto foi escrito em letras maiúsculas.

A partir disso, poderia parecer, então, que não há nenhum fator probatório que estabeleça qual é, afinal, a tradução correta, portanto, o que se lê na TNM seria uma possibilidade legítima. Contudo, esse não é o caso, como mostraremos nesta matéria. E é justamente isso que nos conduz à nossa primeira observação sobre a interpretação das testemunhas de Jeová:

1-  Os jeovistas, freqüentemente, assumem o seguinte: se a tradução deles for gramaticalmente possível, então não pode ser criticada.

Mas, geralmente, buscam justificar a interpretação que se ajusta à doutrina que pregam em vez de procurarem buscar a interpretação que melhor se ajusta ao texto. O que não consideram é que estão em pauta muitos outros fatores que requerem muito mais do que somente uma “possibilidade gramatical de tradução”. No caso de Lucas 23.43, há outras considerações que, decisivamente, provam a tradução habitual e correta ignorada pela TNM.

“Em verdade eu te digo”

As palavras “Deveras, eu te digo hoje” são traduzidas mais literalmente como “Em verdade eu te digo”, em grego, amem lego soi. Essa é uma expressão introdutória ou fórmula que Jesus apenas empregava ao introduzir uma verdade que fosse muito importante e/ou, talvez, difícil de ser acreditada (no evangelho de João encontramos o mesmo tipo de ênfase: 5.25; 8.34, 51,58; 10.7). Uma expressão paralela e igualmente enfática que nos ajudaria a entender melhor esse ponto, e que se encontra no Antigo Testamento, seria: “Assim diz o Senhor” (1Sm 2.27; Is 7.7; Jr 2.2,5; Ez 11.5,7,16,17, entre outros).

É sintomático e suspeito o fato de essa expressão (amem lego soi) aparecer 74 vezes na Bíblia e a TNM observá-la 73 vezes, sendo a única exceção em Lucas 23.43 (a maioria das traduções segue o mesmo padrão em todas as 74 ocorrências).

Ora, a menos que haja evidências incisivas de que o contexto registrado em Lucas 23.43 se trata de uma exceção ao padrão das demais referências bíblicas, o texto deveria ser traduzido de acordo com o emprego habitual que Jesus fazia da expressão. Isso nos conduz à nossa segunda observação hermenêutica, que se relaciona com a primeira:

2 - Os jeovistas, normalmente, interpretam o texto bíblico dedutivamente em vez de indutivamente.

O que estamos querendo dizer é que eles, normalmente, constroem sua interpretação a partir daquilo que já concluíram ser a “verdade” (raciocínio dedutivo) em vez de examinar todo o material bíblico pertinente antes de assumir uma conclusão (raciocínio indutivo).

A posição da palavra “hoje” no texto

Em defesa da TNM, as testemunhas de Jeová dizem o seguinte: no texto grego, Lucas posiciona o termo “hoje” (semeron) imediatamente após a expressão “Deveras, eu te digo” (Amem lego soi). Mas se Lucas quisesse que a palavra “hoje” fosse entendida como parte da expressão inicial na sentença de Jesus, poderia tê-lo feito simplesmente escrevendo “Em verdade, hoje eu digo a ti”; Ou, ainda: “Em verdade eu digo a ti hoje que” (adicionando a palavra grega hoti, nosso pronome relativo “que”). Essas reformulações se harmonizariam perfeitamente com a interpretação jeovista. Mas o fato é que o evangelista não empregou nenhuma dessas alternativas. Isso nos conduz à terceira observação hermenêutica:

3 - Os jeovistas, notadamente, não consideram se a interpretação que escolhem é a que mais se ajusta ao teor preciso do texto bíblico.

Apenas se interessam em selecionar uma interpretação que, se possível, não contradiga o texto em questão de maneira muito explícita e, ao mesmo tempo, esteja de acordo com a posição doutrinária que adotam.

Uma nota de rodapé da edição de 1984 da TNM mostra que a versão siríaca (tradução do Novo Testamento datada do século 5o) traz o seguinte texto: “Em verdade, eu digo a ti hoje que comigo estarás no Jardim do Éden”. Ironicamente, essa não é nenhuma evidência a favor da pontuação adotada pela TNM, mas contra ela. Como Bruce Metzger, renomado especialista em grego da Universidade de Princeton, explica: “É justamente porque a versão siríaca rearranja a ordem das palavras (não a pontuação) do que é achado no manuscrito grego original que se pode colocar ‘hoje’ na primeira parte da oração”. Então, a nossa quarta observação hermenêutica é:

4 - Os jeovistas, freqüentemente, consideram as variações textuais mais pobres e as versões antigas mais suspeitas para que possam apoiar seus posicionamentos doutrinários, mas somente quando essas variações e versões antigas não constituem um àquilo que crêem.

O significado do termo “hoje”

A razão de as testemunhas de Jeová insistirem no texto “Deveras, eu te digo hoje” se firma no seguinte fato: defendem que Jesus estava enfatizando que sua promessa ao ladrão foi proferida naquele dia; isto é, no dia da crucificação deles, quando a fé exercida pelo ladrão arrependido maravilhou o Cristo. Embora isso possa parecer plausível, não há nenhuma evidência para tal explicação no contexto bíblico imediato. O texto não faz nenhuma referência à fé do ladrão, nem há no texto bíblico qualquer outro elemento que apóie essa interpretação.

A interpretação ortodoxa entende que o significado do termo “hoje” remete à petição que o ladrão faz por um lugar no reino futuro e material de Jesus (v. 42), ao que Jesus responde lhe oferecendo um lugar com Ele, naquele mesmo dia, em um paraíso espiritual (v. 43). Essa visão se encaixa diretamente no contexto imediato, por isso é adotada, o que nos leva à nossa quinta observação hermenêutica:

5 - Os jeovistas, regularmente, abusam do conceito de “contexto” alargando sua circunstância imediata com um único propósito: reconstruir suas hipóteses.

O significado do termo “paraíso”

A palavra “paraíso” possui uma história variada no contexto bíblico. Na Septuaginta, a tradução grega do Antigo Testamento, empregada pelos judeus que falavam essa língua no século 1o, a palavra “paraíso” se refere ao Jardim do Éden (Gn 2.8-10, etc.). E também a uma transformação futura da terra de Israel, que se assemelharia ao Jardim de Éden (Is 51.3; Ez 36.35). Contudo, para o judaísmo do século 1o a noção de “paraíso” remetia, principalmente, a um lugar “escondido”, de bem-aventuranças, destinado aos justos no interlúdio de sua morte e futura ressurreição. Esse é claramente o uso empregado na referência que Jesus faz ao paraíso em Lucas 23.43.

Na tentativa de mostrar que essa não era a compreensão judaica nos dias de Cristo, as testemunhas de Jeová citam o Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, que declara: “Com a influência grega exercida na doutrina da imortalidade da alma, o paraíso se tornou o lugar de habitação do justo durante seu estado intermediário”. Mas no contexto da mesma citação, a obra em análise declara que o conceito de um paraíso intermediário para o morto tinha sido desenvolvido antes da influência grega, pelo judaísmo, depois do período do Antigo Testamento, e que era justamente essa a visão judaica vigente nos dias de Jesus: “Em Lucas 23.43, [a palavra paraíso] está indubitavelmente subordinada às concepções judaicas contemporâneas, e se refere à habitação intermediária do justo”.

Em duas ocasiões diferentes, relacionadas a Lucas 23.43, as testemunhas de Jeová citam o Dicionário da Bíblia, de James Hasting, para provar que há “pouco apoio” para a “teoria” que afirma que o judaísmo do século 1o tenha concebido um paraíso intermediário. Mas,na verdade, o que Hasting diz é propriamente o oposto: “É certo que a crença em um paraíso inferior prevaleceu entre os judeus, assim como também a crença em um paraíso superior ou divino”. O dicionário também declara, concernente a Lucas 23.43, que “Cristo se referiu ao paraíso celestial”.

Esses dois exemplos do abuso das fontes de estudo das testemunhas de Jeová nos levam à sexta observação hermenêutica:

6 - Os jeovistas, normalmente, citam, de modo conveniente, as fontes acadêmicas fora de seus respectivos contextos. E, com isso, fundamentam uma conclusão oposta àquilo que a fonte consultada apresenta.

Projetam em suas citações um teor científico de pesquisa para dar a impressão enganosa de que a fonte citada está em harmonia com suas doutrinas.

As únicas outras referências ao termo “paraíso” no Novo Testamento são encontradas em Apocalipse 2.7 e 2Coríntios 12.4, e ambas são instrutivas:

 
Outras duas menções de “paraíso” no Novo Testamento


2Coríntios 12.4 “Que foi arrebatado para o paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais não lícitas ao homem falar” (TNM)

Apocalipse 2.7 “Àquele que vencer concederei comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus” (TNM)


As próprias testemunhas de Jeová confirmam que o “paraíso de Deus”, em Apocalipse 2.7, é o paraíso divino, entretanto, não o reconhecem como um estado intermediário usufruído por uma pessoa entre sua morte e sua ressurreição. O texto de 2Coríntios 12.4 é até mais interessante. O paralelo entre o “paraíso” e “o terceiro céu” indica que o paraíso citado se refere a um reino divino, como quase todos os exegetas bíblicos reconhecem. De fato, na literatura judaica que circulava no século 1o era recorrentemente dito que o paraíso se localizava no terceiro céu.


Mas as testemunhas de Jeová ensinam que nesse texto Paulo está se referindo a “um estado espiritual experimentado pelo povo de Deus” durante “o tempo da colheita”, que só viria antes do fim. Em outras palavras, declaram que quando Paulo teve a visão do paraíso, o que ocorreu, na verdade, foi uma visão profética acerca das testemunhas de Jeová hoje! Essa manipulação baseada no texto de 2Coríntios 12.4 nos leva à sétima observação hermenêutica:

7 - Os jeovistas, freqüentemente, alegorizam as profecias e as visões da Bíblia para associá-las aos eventos históricos de seu próprio movimento religioso.

O significado do termo “comigo”

Jesus prometeu ao ladrão arrependido: “Estarás comigo no paraíso”. E essa declaração contradiz a doutrina das testemunhas de Jeová de duas maneiras.

Primeira, a expressão “estarás comigo” atesta que todos os crentes em Cristo viverão em sua presença, contrariando a crença jeovista, de que a maioria dos crentes, inclusive o ladrão em questão, viverá na terra, enquanto uns poucos selecionados viverão no céu com Cristo.

Segunda, a expressão “comigo no paraíso” também atesta que Cristo foi para o paraíso, contrariando o que as testemunhas de Jeová ensinam sobre o paraíso que, para elas, será terrestre, permanecendo Cristo no céu.

Os jeovistas explicam: “Ele [Jesus] estará com aquele homem no sentido de que Ele o ressuscitará dentre os mortos e cuidará de suas necessidades físicas e espirituais”. Mas em outros textos bíblicos, nos quais Jesus igualmente fala que os crentes estarão com Ele, os jeovistas interpretam literalmente (Lc 22.28; Ap 3.21; 14.1; 20.4,6). Não existe nenhuma boa razão para o mesmo não ser observado também em Lucas 23.43. Estamos diante de uma deixa que nos leva à nossa oitava observação hermenêutica:

8 - Os jeovistas são, freqüentemente, forçados a interpretar expressões simples de maneira altamente figurativa, sem autorização do contexto, para que possam manter seu posicionamento doutrinário.

Para onde Jesus foi?

Quando Jesus morreu, a Bíblia indica que Ele desceu ao inferno, no “abismo” (Mt 12.40; At 2.27,31; Rm 10.7; Ef 4.9; Ap 1.18). Como, então, Jesus poderia prometer ao ladrão que os dois estariam juntos em um paraíso divino? Além disso, Jesus não disse a Maria, mesmo depois de sua ressurreição, que ainda não tinha ascendido aos céus? “Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos, e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus” (Jo 20.17). As testemunhas de Jeová dizem que esses versículos são incompatíveis com a interpretação ortodoxa de Lucas 23.43.

Antes de responder a esse argumento, chamamos a atenção do leitor para algo importante. Em vez de lidarem com Lucas 23.43 em suas próprias condições e em seu próprio contexto, os jeovistas afirmam que Lucas 23.43 não pode querer dizer o que parece significar, porque isso contradiria a compreensão de outras passagens bíblicas. Isso poderia ser entendido positivamente como uma indicação do compromisso que as testemunhas de Jeová têm com a veracidade absoluta de toda a Bíblia. Mas não há dúvidas de que esse argumento revela, na verdade, um movimento sutil e estratégico, que faz os mais indoutos se perderem na argumentação. Aqui, deparamo-nos com a nossa nona conclusão hermenêutica:

9 - Os jeovistas recortam partes da Bíblia e as confrontam entre si, a fim de que possam concordar com seu posicionamento doutrinário.

Uma pequena pesquisa sobre o uso histórico do termo “paraíso” elucida essa discrepância aparentemente difícil. No século 1o, o paraíso intermediário judaico era pensado como se fosse o céu propriamente dito, um lugar de venturas, mas, às vezes, também era pensado como um compartimento “feliz”, “bom”, do inferno. As palavras de Jesus em Lucas 23.43, provavelmente, recorrem ao paraíso como uma parte do inferno destinada ao justo, conforme ocorre em Lucas 16.22-26: “E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado. E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado. E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá”.

Quer dizer, Jesus não estava prometendo que o ex-ladrão e Ele estariam juntos no céu naquele dia, mas num lugar separado, descansando. Quanto a 2Coríntios 12.4, pode ser adicionado aqui que Cristo, realmente, levou consigo o paraíso ao céu, por ocasião de sua ascensão.

Apresentando as coisas dessa maneira, devemos nos lembrar de que o céu habitado por Deus não é um local físico, fixado no nosso universo espacial-temporal. Os “céus” físicos não podem conter Deus (1Rs 8.27; Is 66.1; At 7.48-49). Nem mesmo se pudéssemos viajar na velocidade da luz poderíamos achar Deus ou sua habitação, procurando-a entre as estrelas. Assim, falar sobre “para onde” Jesus e o ladrão “foram” não deveria ser considerado literalmente.

Isso sugere a nossa décima e última observação:

10 - Os jeovistas interpretam as realidades espirituais bíblicas de maneira racionalista.

Por “racionalista”, não queremos nos referir simplesmente ao emprego da razão para compreensão, pois também fazemos isso. Aliás, seria impossível não fazê-lo. Mas as testemunhas de Jeová vão além e exigem que os ensinos da Bíblia se reduzam à compreensão limitada humana. A compreensão humana é finita, mas Deus, em sua essência e entendimento, é infinito. Em qualquer assunto relativo à essência de Deus ou que relacione Deus e sua criação é natural que esperemos paradoxos. O sistema interpretativo das testemunhas de Jeová busca eliminar todo o paradoxo. Os jeovistas exigem um Deus que possam entender em sua completude, em suma: um deus pequeno, diametralmente diferente daquele que cultuamos.

Notas:
1 Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas: com referências. Brooklyn: Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, 1984.
2 METZGER, Bruce M. Comentário textual do Novo Testamento grego. Nova York: United Bible Societies, 1971, p.181-2.
3 Ajuda ao entendimento da Bíblia. Brooklyn: Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, 1971, p.1269.
4 JEREMIAS, Joachim. Verbete paradeisos, em Dicionário Teológico Novo Testamento, Vol. V. Ed. Gerhard Friedrich. Tradução: Geoffrey W. Bromiley. Grand Rapids: William B. Eerdmans Publishing Cia., 1967, p.766-9.
5 BIETENHARD, Hans; BROWN, Colin. Verbete “paraíso”, em Novo dicionário internacional de teologia do Novo Testamento, Vol. II. Ed. Colin Brown. Grand Rapids: William B. Eerdmans Publishing Cia., 1976, p. 761, citado na obra jeovista Raciocínios à base das Escrituras. Brooklyn: Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, 1985, p. 286.
6 Ibid., p. 761.
7 HASTING, James. Dicionário da Bíblia, Vol. III. Edimburgo: T&T Clarke, 1900), III: 669-70, citado em Ajuda ao entendimento da Bíblia, p. 1269, e Raciocínios à base das Escrituras, p. 286.
8 Ibid., p. 671.
9 Ibid.
10 Ajuda ao entendimento da Bíblia. Brooklyn: Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, 1971, p.1270.
11 JEREMIAS, Joachim. Verbete paradeisos, em Dicionário Teológico Novo Testamento, Vol. V. Ed. Gerhard Friedrich. Tradução: Geoffrey W. Bromiley. Grand Rapids: William B. Eerdmans Publishing Cia., 1967, p. 768.
12 Ajuda ao entendimento da Bíblia. Brooklyn: Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, 1971, p. 1270.
13 Poderá viver para sempre no paraíso na Terra. Brooklyn: Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, 1982, p.171. Veja também Raciocínios à base das Escrituras. Brooklyn: Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, 1985, p. 287.
14 JEREMIAS, Joachim. Verbete paradeisos, em Dicionário Teológico Novo Testamento, Vol. V, ed. Gerhard Friedrich. Tradução: Geoffrey W. Bromiley. Grand Rapids: William B. Eerdmans Publishing Cia., 1967, p. 768.
15 LOCKYER, Herbert. Inferno e paraíso antes de e depois da ascensão de Cristo. Grand Rapids: Baker Book House, 1975, p. 94-9.
Fonte:Robert M. Bowman Jr. - ICP

Tradução de Elvis Brassaroto Aleixo
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MINISTÉRIO INTERNACIONAL CRECIENDO EN GRACIAS

Um perigo para o cristão desavisado!

“Vocês são todos abençoados”, diz o líder, ao abrir a reunião. Em seguida, em meio a aplausos e murmúrios de frases nada convencionais, ordena que as pessoas digam que “esteja ativada a mente de Cristo”. Apesar de certas frases e a liturgia serem semelhantes à de algumas igrejas evangélicas, todavia, estamos diante de um dos grupos pseudocristãos mais perigosos que têm surgido nos últimos tempos: o Ministério Creciendo en Gracias [Crescendo em Graça], o qual, daqui por diante, chamaremos de MCG.

O MCG se mostra um movimento muito fértil em produzir heresias. Tais desvios doutrinários, por vezes, vêm camuflados com nomes atrativos, como, por exemplo, “cápsulas de graça”, que, segundo eles, nada mais são do que “o resumo de um fundamento da doutrina da graça que contém a posição tradicional e desviada dos religiosos...”. Neste artigo, pretendemos expor os ensinos pregados por esse movimento para que o povo de Deus não seja “levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente” (Efésios 4.14). Toda a nossa pesquisa está baseada no site oficial do MGC.

Origem do movimento
Seu idealizador foi o porto-riquenho José Luiz de Jesus Miranda, mais conhecido como “o apóstolo”, fundador e líder do MCG. Não nos deteremos em refutar todas as heresias concernentes à sua pessoa, mas somente as heresias que consideramos de maior importância para a manutenção da ortodoxia doutrinária.

A sede mundial do MCG fica em Miami, Flórida, EUA. Fundado por volta de 1986, o movimento chegou ao Brasil dez anos atrás, aproximadamente1. Atualmente, a central do movimento por aqui fica em Guadalupe, bairro do Rio de Janeiro, RJ. O MCG alega que está presente em todo o continente americano e na Austrália, perfazendo um total de 24 países. No Brasil, estão fixados em nove Estados, sendo que em São Paulo possui seis igrejas, as quais denominam “centros educativos”. Mantêm ainda vários programas de rádio e TV.

Um movimento excêntrico
Problemas com a hermenêutica
Pesquisando o MCG por meio de seus sermões, testemunhos e credos, fica fácil traçar o perfil doutrinário e a tendência psicológica do grupo. São pessoas que vivem sob a tutela de “revelações”. O próprio fundador alega ter recebido sua doutrina diretamente de Jesus: “A fé é uma ciência, olhe, essa ciência ninguém nesta terra conhece [...] nem eu a conhecia. O Senhor me comunicou, pessoalmente...”. O MCG usa e abusa de textos bíblicos de maneira inescrupulosa a ponto de truncar determinados versículos a fim de sustentar seus pontos de vista heréticos. Veremos isso nas distorções apresentadas mais adiante.

Problemas com a semântica
Fazem uso de uma semântica enganosa, pois, ao mesmo tempo em que exprimem suas doutrinas usando termos tipicamente cristãos, atribuem, contudo, significados totalmente diferentes, reinterpretando os termos bíblicos. Um exemplo disso é o que eles entendem pela palavra cristão: “... Ser cristão não é receber a Cristo como Salvador ou crer nele, mas, sim, receber e aceitar os ensinos que o apóstolo Paulo deixou como fundamento, e que agora o após-tolo José Luis de Jesus explica para a edificação do Corpo de Cristo”.

Semelhanças do MCG com as demais seitas

Unicismo
Não acreditam na Trindade. São modalistas. Para eles, Deus é uma só pessoa que se manifestou de três maneiras diferentes (também chamado de sabelianismo). Dizem: “Cremos que Deus é um, e um é o seu nome. O trinitarismo é uma falsa doutrina que pretende separar a pessoa de Jesus Cristo de Deus Pai como dois seres em separado. O unitarismo ensina que é só Jesus. Ao contrário, nós ensinamos que Jesus é também o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Três manifestações, porém, um só Deus”, semelhante ao que crêem os grupos Tabernáculo da Fé, Voz da Verdade e Igreja Local”.

Aniquilacionismo
De forma idêntica às testemunhas-de-jeová e aos adventistas do sétimo dia, são aniquilacionistas. Não crêem no inferno de fogo e chegam a afirmar: “Com respeito ao evangelho, quer dizer, às quatorze cartas que Paulo escreveu depois da cruz, nunca mencionou a palavra inferno, isto se deve ao fato de que o inferno não existe”.

Reencarnacionismo
Também acreditam na possibilidade da reencarnação: “Veja bem, a reencarnação é um recurso usado por Deus do jeito que Ele quer. Não é uma forma automática na vida do crente. É totalmente regulada por Deus”.

Preexistência dos espíritos
Semelhante à crença mórmon, acreditam na preexistência dos espíritos. Na verdade, acreditam que os anjos não são nada mais que espíritos sem corpos e os seres humanos, anjos com corpos. Re-ferindo-se aos adeptos do grupo, dizem: “Os membros desta família sabem que existiam em condição de anjos antes da fundação do mundo”.

Adão como Satanás
Para eles, Adão foi Satanás encarnado. Ao morrer na cruz, Jesus aniquilou o pecado de Adão que seria a obra do diabo; ou seja, o diabo e o pecado não existem mais, foram aniquilados. “Deus depositou no primeiro homem o espírito de Satanás; ou seja, Adão era Satanás...”.

Deificação do homem
Assim como os localistas e os novaerenses, também acreditam que são deuses: “Você é um espírito criado por Deus à sua imagem e semelhança, porque Deus teve filhos, e Deus os chamou de deuses. Diga: SOMOS DEUSES...”.

Peculiaridades doutrinárias do MCG

• Afirmam que existem dois evangelhos: um falso (o da circuncisão), pregado por Pedro e os demais apóstolos, e outro verdadeiro (o da incircuncisão), pregado por Paulo e agora por José Luiz de Jesus;

• Fazem diferença entre Jesus de Nazaré e Jesus Cristo. Dizem: “É por isso que Paulo ensinava a servir àquele que ressuscitou e não a Jesus de Nazaré, que foi o corpo de Cristo (Romanos 7.4). Em outras palavras, servir a Jesus Cristo ressuscitado é colocar-se depois da cruz e imitar a Jesus de Nazaré é colocar-se antes da cruz”. E mais: “O evangelho diz que, para darmos fruto para Deus, devemos ser do ressuscitado. Se você é de Jesus de Nazaré dá fruto, porém, para os homens, porque a doutrina de Jesus de Nazaré produz fé fingida”.

• Tentam fazer uma antítese entre o evangelho pregado por Paulo e o evangelho pregado dos demais apóstolos, principalmente Pedro e João. Referindo-se a Pedro, afirmam: “Paulo profeticamente disse: ‘Com a minha partida, entrarão lobos vorazes que não perdoarão o rebanho’ (Atos 20.29). E mais: “Que antes da vinda do Senhor se manifestaria a apostasia, o iníquo (2Tessalonicensses 2.4). Quem se opôs ao sacrifício de Jesus (Mateus 16.21-23), quem se opôs ao evangelho de Paulo (Gálatas 2.11-14)? Pedro, o mesmo que deu a mão a Paulo em sinal de companheirismo e que, em seguida, Paulo repreendeu por ser hipócrita (Gálatas 2.9-14). Foi por isso que Paulo disse que o mistério da iniqüidade já estava em ação (Pedro), mas havia quem o deteria (Paulo), até que fosse tirado do meio (2Tessalonicenses 2.7)”.

• Referindo-se a João, afirmam, no mesmo fôlego: “Quando um crente é iluminado, ele entende que o diabo já não existe mais, que o pecado foi aniquilado,que está morto à lei, que foi Deus quem o escolheu antes da fundação do mundo, que é santo e está sem mancha diante do Senhor. Do contrário, ele chama esta revelação de blasfêmia, heresia. E mais, porque João não foi iluminado por esta palavra, ele chamou Paulo de anticristo, porque Paulo ensinava a não imitar a Jesus de Nazaré, mas a Jesus Cristo, o ressuscitado (Romanos 7.4)”. Sustentam, ainda, que somente o apóstolo Paulo recebeu a revelação do evangelho da graça.

• Segundo o MCG, as igrejas cristãs foram somente aquelas fundadas a partir do apóstolo Paulo. As demais, ainda na concepção deles, eram todas seitas judaicas, não tendo nada a ver com o evangelho de Cristo.

• Não batizam, não tomam a santa ceia e não incentivam os membros ao arrependimento de pecados, pois entendem que tudo isso deve ser deixado de lado. Para que possam sustentar tal absurdo, argumentam que essas coisas são apenas rudimentos da doutrina de Cristo que ficaram para trás.

Neomarcionismo
Sem dúvida, o senhor José Luiz pretende reviver, com todo o vigor, as antigas heresias marcionitas. É o neomarcionismo redivivo em pleno século XXI.

Marcião foi um presbítero do século 2 o que, no esforço de afastar e eliminar do cristianismo todos os elementos judaicos das Escrituras do Novo Testa-mento, com o objetivo de “desjudaizar” a religião cristã, elaborou uma depuração dos escritos neotestamentários. Rejeitou os evangelhos de Marcos, Mateus e João. Forjou seu próprio cânone com textos selecionados do evangelho de Lucas e das cartas paulinas, muitas delas mutiladas. Para ele, nenhum dos apóstolos havia entendido perfeitamente a doutrina de Jesus, com a exceção de Paulo. Por isso, Paulo, para Marcião, é o apóstolo por excelência, pois recebeu de Jesus, por revelação, o verdadeiro evangelho. Fazia, ainda, distinção entre o deus mau do Antigo Testamento com o deus bom do Novo Testamento.

Esses ensinamentos são hoje apregoados por José Luiz de Jesus, que os confirma com a seguinte declaração: “Você não pode conhecer a Deus na lei. Imagine você. Esse Deus do Antigo Testamento. Deus não é assim. Esse é um lado de Deus. Esse é o lado mau de Deus, porque Deus é bom e Deus é mau”.

É interessante que a semelhança entre os dois sistemas é idêntica até mesmo nos pormenores. É sabido que Marcião foi o primeiro a formular um cânon pessoal, enquanto o senhor José Luiz divide arbitrariamente a Palavra de Deus da seguinte forma: Escrituras (escritos do Antigo Testamento), História (os quatro evangelhos e o livro de Atos) e Evangelho (somente as epístolas paulinas, inclusive Hebreus).

Respondendo algumas heresias do MCG

Adão e Satanás são a mesma pessoa?
“Como caíste do céu [...] Como foste lançado por terra...” (Isaias 14.12-16).

Os adeptos do MCG acreditam que este texto aponta para Adão, o qual seria o próprio Satanás. Dizem que a palavra “cortado”, em certa tradução, está errada. O certo seria “foste formado”.

Resposta apologética
Antes de tecermos quaisquer comentários sobre isso, é bom lembrar que a Bíblia sempre compara Satanás com a antiga serpente, o dragão, o leão (2 Coríntios 11.3,14; Apocalipse 12.9; 20.2), mas nunca com Adão. A serpente é a mesma que tentou Adão e Eva (Gênesis 3). Portanto, a gênese da queda envolveu três personagens: Adão, Eva e a serpente, influenciada por Satanás. Outro fato que deve ser considerar é que o capítulo inteiro é uma continuação da profecia contra o império da Babilônia (Isaias 13.1; 14.4). Quem caiu foi o rei da Babilônia (Isaias 14.8), monarca que debilitava as nações (Isaias 14.12) e era soberbo (Isaias 13.19). A história nos relata que os reis babilônicos tinham todas essas características de grandeza (Daniel 4.22); mas, por fim, foram abatidos (Cf. Is 14.23 com Is 47.10). O “homem” do qual fala o verso 16 não pode ser Adão, porque, em sua época, não havia reinos ou nações. Adão não tinha cidades e muito menos fazia pessoas cativas (v.17). Mas isso se encaixa perfeitamente com o rei da Babilônia, usado no texto como figura de Satanás.

Pedro foi inimigo de Paulo?
“... Mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo” (Gl 1.6-8).

Declaram que este texto refere-se aos apóstolos, principalmente Pedro, que queriam perverter o evangelho de Paulo.

Resposta apologética
Certamente, o apóstolo Paulo está-se referindo à repreensão dada a Pedro em Gálatas 2.11. Mas daí construir uma aversão entre o evangelho de Paulo e o evangelho de Pedro é ser desonesto com o contexto bíblico, até porque este incidente foi tão irrelevante que Lucas não o menciona em seu livro: Atos dos Apóstolos. Havia, na igreja, muitos da circuncisão (At 10.45; 15.5). O próprio Pedro teve problemas com alguns deles (At 11.2). Este incidente, talvez, explique o receio na atitude de Pedro em Gálatas 2.12. O que Paulo condenava, ao que parece, era o fanatismo de alguns (Fl 3.2) e não o ministério da circuncisão que lhes fora confiado (Cl 4.11). Paulo chega a reconhecer os dois ministérios como sendo de procedência divina (Gl 2.7,8). Dois ministérios, mas um mesmo evangelho.

Paulo se submeteu à igreja-mãe, em Jerusalém (At 15.2,3.22), e quando menciona aqueles “que pareciam ser alguma coisa” (Gl 2.6), parece referi-se aos mesmos que se diziam da parte de Tiago (Gl 2.12), mas que não foram enviados por este (At 15.24). Paulo, depois do incidente com os da circuncisão em Antioquia, subiu a Jerusalém para decidir sobre essas questões teológicas com os apóstolos e obteve deles todo o apoio, inclusive o de Pedro (At 15. 23-29). Portanto, a censura de Paulo em Gálatas 1.6,7 não é dirigida aos apóstolos, mas aos da falsa circuncisão (Tt 1.10), dos quais Pedro também foi vítima.

Não ao batismo e ao arrependimento?
“... Deixando os rudimentos da doutrina de Cristo...” (Hb 6.1,2).

Acreditam que este texto os isenta do batismo e do arrependimento. O batismo seria um rudimento a ser abandonado de vez pelos cristãos.

Resposta apologética
Mal interpretado pelos adeptos do MCG, o texto em referência não diz o que eles afirmam dizer. O que o escritor está dizendo tem sua razão em Hebreus 5.12-14. Todos os itens alistados nos versos 1 e 2 são os passos iniciais de quem ainda é novo convertido. Em contrapartida, pelo tempo que já estavam no evangelho, deveriam ser mestres. Mas, metaforicamente, ainda estavam se alimentando com “leite”; ou seja, com as primeiras doutrinas cristãs, da necessidade de se arrependerem dos pecados, de se batizarem, de terem fé em Deus, de ouvirem falar que haverá um juízo final, etc., ensinamentos voltados aos novos convertidos e não aos cristãos amadurecidos na fé, no conhecimento e na graça de Deus. Em verdade, já estava na hora de tais cristãos irem além dessas doutrinas e prosseguirem para a maturidade (perfeição) espiritual, tendo em vista as tribulações que estavam passando.

O texto não desobriga nenhum cristão da observância do batismo e das outras doutrinas, antes, está alertando quanto o perigo de alguém estacionar naquilo que aprendeu. Se negarmos o batismo e o arrependimento, baseados nesse texto, teremos de negar também o juízo final, a fé em Deus e a ressurreição, coisas que os adeptos do MCG ainda crêem estarem em vigor.

Não existe mais pecado?
Pelo fato de não enfatizarem o arrependimento, acabam tolerando algumas práticas imorais. Dizem que não pecamos mais, porque Jesus destruiu nossos pecados de uma vez por todas (Hb 9.26).

Em resposta a uma pergunta relacionada à aceitação de homossexuais no MCG, e se os mesmos, vivendo na imoralidade, teriam a possibilidade de ser salvos, vejamos o que disseram: “Também é importante esclarecer que algumas manifestações carnais (bebedices, práticas homossexuais, iras, etc.) não podem, de maneira nenhuma, afetar a nossa posição em Cristo (Hb 10.14), tampouco afetar a nossa salvação: ‘Porque pela graça sois salvos, por meio da fé’ (Ef 2.8); as debilidades da carne não são tomadas em conta pelo Senhor, já que Ele vê o nosso crescimento espiritual e não a nossa atividade carnal”.

Resposta apologética
O apóstolo Paulo constantemente incentivava os crentes ao arrependimento (2Co 7.6-10). Além disso, a palavra aniquilar, athetesis, no texto grego em pauta, não quer dizer destruição. Ela vem de atheteo, que significa “pôr de lado”, “desprezar”, “negligenciar”, “opor-se à eficácia de alguma cosa”, “anular”, “tornar sem efeito”, “frustrar”, “rejeitar”, “recusar”, “fazer pouco caso”. De fato, Jesus anulou os nossos pecados na cruz, mas isto não quer dizer que o homem não peca mais e, por isso, não precisa de arrependimento.

Isso não é verdade. O próprio Paulo re-conhecia que era pecador (1Tm 1.15).

Considerações finais
Infelizmente, algumas questões não foi possível responder aqui. O emaranhado de desvios sustentados pelo MCG poderia nos render um livro sobre o grupo. Esgotar o assunto, porém, não foi o nosso objetivo. Como percebemos, o MCG não passa de mais uma seita (entre tantas outras) que está pregando outro evangelho com outro Jesus (2Co 11.4).

O que expusemos neste artigo é uma pequena parte das inúmeras heresias que o movimento propaga, porém, cremos que tal abordagem seja o suficiente para alertar os verdadeiros cristãos, para que não se deixem enganar por “estes ventos de doutrinas” (Ef 4.14), especialmente pela roupagem evangélica que a maioria das seitas apresenta.

Estejamos atentos e engajados na perseguição da graça e do conhecimento de Deus (2Pe 3.18). Esses elementos caminham juntos e é prejudicial à vida cristã privilegiar um em detrimento do outro. O exagero geralmente conduz ao erro. A verdadeira graça, tal como é pregada nas Escrituras, nos conduzirá ao conhecimento, e este, por sua vez, será a ferramenta que sempre utilizaremos para rejeitar toda e qualquer tentativa de distorção da graça divina.

Fonte:
- Paulo Cristiano "CACP"

- El Apostolado .Revista periódica do MCG, publicada em outubro de 1998.
- http://www.brazil.creciendoengracia.com/.Ver links “Estudos ”,“Calqueo ”,“Cápsulas ”,“Perguntas ”,“Testemunhos ” ((2003),“Perguntas e Respostas ” ((2003)e “Cremos ”.
- Desafio das seitas .Ano IV,n º 13 – 1 º trim..2000,p.12.
- Desafio das seitas .Ano IV,n º 14 – 2 º trim..2000,p.4.
- Revista El Apostolado .Outubro/1998.
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Os mórmons são cristãos ?

Os mórmons fazem questão de serem reconhecidos como cristãos. Embora muitos dos ensinos fundamentais mórmons não sejam apoiados pela Bíblia, livro base dos cristãos mas sim pelo Livro de Mórmon, alegam eles ser cristãos pelo fato de sua Igreja ter o título IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS. Declaram que o nome indica a quem pertence a igreja deles.


ARTIGOS DE FÉ
Um dos artigos de fé dos mórmons declara o seguinte:

“Cremos que, por meio do Sacrifício Expiatório de Cristo, tôda a humanidade pode ser salva pela obediência às leis e ordenanças do Evangelho.” Dizem mais, “... pela obediência às leis e ordenanças do Evangelho, o homem receberá remissão dos pecados individuais, através do sangue de Cristo, e herdará exaltação no reino de Deus, a qual é a vida eterna.” (Doutrinas de Salvação, vol. I, p. 134, Joseph Fielding Smith).

O que lemos dessas duas declarações é que a obra salvífica de Cristo é limitada, atingindo apenas aqueles que se aproveitando da obra da expiação efetuada por Cristo, conseguem sua salvação “pela obediência às leis e ordenanças do Evangelho”. Entre outras obrigações necessárias para a salvação, exigem-se ‘pesquisar os mortos e realizar ordenanças salvadoras do evangelho por eles (batismo pelos mortos), receber o endowment no templo (roupa sagrada), selamento de casamentos para o tempo e para toda a eternidade no templo. (Princípios do Evangelho, p. 291,92). Na verdade os mórmons não precisam de um salvador. Não precisam de misericórdia, nem de graça, nem de perdão. Eles procuram uma oportunidade para demonstrar quão perfeitos são. A falsa doutrina da ineficácia da redenção de Cristo é resultante do ponto de vista errado quanto à pessoa de Jesus. O Jesus mórmon é uma criatura irmão de Lúcifer, o que não passa de ‘outro’ Jesus
(II Corintios 11:4) - Porque, se alguém for pregar-vos outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes, com razão o sofrereis.


EXPIAÇÃO INDIVIDUAL COM SANGUE
A doutrina conhecida como expiação individual com sangue pode ser resumida apenas como a idéia de que há alguns pecados que o sangue derramado de Jesus Cristo não pode expiar. Diante disso, o sangue da pessoa que pecou precisa ser derramado como expiação do pecado. Além do horror de se matar alguém por causa de seus pecados, o aspecto de fato satânico desta doutrina está em dizer que o sangue de Jesus Cristo não é suficiente para a expiação, e que na verdade o próprio sangue da pessoa é mais importante.

ESCRITURAS MÓRMONS QUE TRATRAM DO ASSUNTO
“EXPIAÇÃO E PECADOS PARA A MORTE. Joseph Smith ensina que existem certos pecados tão nefandos que o homem pode cometer, que colocarão o transgressor além do poder de expiação de Cristo. Se forem cometidas tais ofensas, aí o sangue de Cristo não o limpará de seus pecados, mesmo que se arrependa. Por isso, sua única esperança é ter o próprio sangue em expiação, na medida do possível, em favor próprio. Isto é doutrina escriturística e ensinada em todas as obras padrão da Igreja.” (Doutrinas de Salvação, vol. I, p. 146, Joseph Fielding Smith) (o grifo é nosso)

“Quando amaremos o próximo como a nós mesmos”? - perguntou o profeta Brigham Young à sua congregação.

Suponhamos que ele (nosso vizinho) seja apanhado em um erro grave, que tenha cometido um pecado o qual ele sabe que o privará daquela exaltação almejada e que ele não pode alcançá-la sem o derramamento do próprio sangue, e também sabe que, tendo o seu sangue derramado, ele expiará aquele pecado e será salvo e exaltado como os deuses, não haverá nenhum homem ou mulher nesta casa (o Tabernáculo de Salt Lake City) que não diria: ‘derramai meu sangue a fim de que eu possa ser salvo e exaltado com os deuses’? Isso seria amar a si próprio, inclusive visando uma exaltação eterna. Amaríeis da mesma forma a vossos irmãos e irmãs, quando eles tiverem cometido um pecado que não pode ser expiado sem o derramamento de seu sangue? Amaríeis aquele homem ou mulher o bastante para derramar o sangue dele ou dela? ..."“ (Brigham Young, Journal of Discourses, vol. IV, p. 219, 20).

OS PECADOS QUE REQUEREM EXPIAÇÃO PELO SANGUE
1. ASSASSÍNIOS: “Eu respondi que me opunha ao enforcamento, mesmo se um homem matasse a outro homem. Eu atiraria nele ou lhe cortaria a cabeça, derramaria seu sangue sobre a terra, e deixaria a fumaça de lá ascender até Deus.” (History of the Church, vol. 5, p. 296, Deseret Book Company Salt Lake City, UTAH, 1978).

“OS ASSASSINOS E A EXPIAÇÃO. Você crê nessa doutrina? Se não crê, então eu digo que você não crê na verdadeira doutrina da expiação de Cristo! Você é convidado a denominar essa doutrina de ‘a doutrina da expiação do Brighamanismo’. Esta é a doutrina de Cristo nosso Redentor, que morreu por nós. Esta é a doutrina de Joseph Smith e eu a aceito.” (Doutrinas de Salvação, vol. I, p. 145, Joseph Fielding Smith).

“E agora, eis que Eu falo à igreja. Não matarás; aquele que matar não terá perdão nem neste nem no mundo futuro.” (Doutrina e Convênios, seção 42.18)

2. ROUBAR
“Se quereis saber o que fazer com um ladrão que encontrardes roubando, eu digo: matai-o no local e jamais sofrereis o fato de ele cometer outra iniquidade... Eu consideraria que é meu dever fazer isso (matar o ladrão) da mesma forma como considero minha tarefa batizar um homem para remissão de seus pecados.” (Brigham Young, Journal of Discourses, vol. I, p. 108, 09).

3. CASAMENTOS DE BRANCOS COM NEGROS
“Devo dizer-vos qual é a lei de Deus com relação à raça africana? Se o homem branco que pertence à semente escolhida (mórmons) misturar seu sangue com a semente de Caim (negros), a penalidade, sob a lei de Deus, é a morte no local.” (Brigham Young, Journal of Discourses, vol. X, p. 110).

O SANGUE DE JESUS NOS PURIFICA DE TODO O PECADO
Além de ensinarem que salvação de alguém é condicionada a obediência às leis e ordenanças do ‘evangelho’ que pregam, negam também o fundamento do cristianismo: a completa e absoluta obra de redenção pelo seu sangue derramado na cruz do Calvário.

Nós, os cristãos, cremos que a Bíblia ensina haver Cristo pago o preço total do nosso resgate. Sua é a obra objetiva da expiação, cujos benefícios, quando aplicados a nós, não deixam nada a ser completado por nós. É uma obra definitiva. As referências bíblicas a respeito são muitas. Citaremos algumas:

“Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça.” (Ef 1.7).

“Em quem temos a redenção, pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados.” (Cl 1.14).

“Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mão segundo, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos.” (2 Tm 1.9).

“Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo.” (Tt 3.5).

“Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” (Hb 9.14).


“Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados.” (I Pedro 2:24).


“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.” (I João 1:9).

Àquele que nos ama, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados. ”(Ap 1.5)


“Digno é s de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação.” (Ap 5.9).


“Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas.” (Ap 22.14).


Pois bem! Diante de tanto apoio bíblico seria de esperar que o mormonismo pudesse concordar com a doutrina da expiação completa de Cristo e admitir que Jesus possa salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus (Hb 7.25)

JOURNAL OF DISCOURSES (JORNAL DE SERMÕES)
Citamos em várias ocasiões deste artigo essa publicação dos mórmons. Pode surgir uma pergunta: em que consideração se deve ter essa publicação? Os próprios mórmons respondem: “Ele são equivalentes em valor aos da Bíblia.” (citado em, Por Que Abandonei o Mormonismo, p.147, Thelma ‘Granny’Geer, Editora Vida, 1991).

TEORIA OU FATOS?
Os mórmons costumam afirmar que embora continuem ensinando a expiação pelo derramamento do próprio sangue nunca chegaram ao ponto de levar à morte pessoas que eventualmente tenham cometidos tais pecados. É o que lemos em fontes mórmons. Isso é dito da seguinte maneira:

“Pessoas ímpias e mal-intencionadas maquinaram histórias falsas e caluniosas, no sentido de que a Igreja, nos primeiros dias desta dispensação, envolveu-se numa prática de expiação de sangue na qual o sangue de apóstatas e de outros era derramado pela Igreja como expiação por seus pecados. Essas afirmações são falsas e os que lhas deram origem sabiam que eram falsas. Não há nenhum exemplo histórico da assim chamada expiação de sangue nesta dispensação, nem houve evento ou ocorrência de qualquer tipo, de qualquer natureza, do qual a menor inferência possa surgir de que qualquer prática semelhante tenha existido ou tenha sido ensinada.” (Mormon Doctrine, p. 92, Bruce McConkie, segunda edição, Bookcraft, Salt Lake City, UTAH, 1979, em inglês).

VERDADE OU MENTIRA?
É só ler algumas linhas a mais na mesma página e encontraremos a seguinte declaração:

“Mas sob certas circunstâncias, há alguns pecados sérios para os quais s purificação de Cristo não opera, e a lei de Deus é que esses homens devem então ter o seu próprio sangue derramado em expiação por seus pecados. Assassínio, por exemplo, é um desses pecados” (Mormon Doctrine, p. 92).

Por fim lemos na p. 93 da obra citada, que,

“Esta doutrina somente pode ser praticada em sua totalidade no dia em que as leis civis e eclesiásticas forem administradas pelas mesmas mãos."
Ocorre que as leis civis e eclesiásticas eram administradas pelas mesmas mãos por Brigham Young, governador de Utah, que, na ocasião, pertencia ao México. Mais tarde o território de Utah foi incorporado à Federação Americana e aí sim foram suspensas as execuções que eram feitas por uma classe de homens chamados de Anjos Destruidores e ‘Irmãos Danitas’- a polícia secreta da liderança mórmon. (Por Que Abandonei o Mormonismo, Thelma ‘Granny’Geer, p. 145, 122, 123 - Editora Vida, 1991).
A propósito, lemos ainda no livro Doutrinas de Salvação, vol. I, p.148,
“Utah incorporou nas leis do Território provisões para a pena capital daqueles que voluntariamente derramaram o sangue de outros homens. Esta lei, que agora é lei do Estado, concede ao homicida condenado o privilégio de escolher para si próprio se prefere morrer por enforcamento, ou se será morto a tiros, e dessa forma ter seu sangue derramado em harmonia com a lei de Deus; e dessa forma expiar, até onde estiver em seu poder expiar, pela morte de sua vítima. Quase sem exceção, a parte condenada escolhe essa última morte.”
CONCLUSÃO
Fiquemos com a Bíblia e com ela digamos, “... e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.” (1 Jo 1.7).
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STAR WARS

A saga Star Wars perante a Bíblia


Qual é o tema principal da saga Star Wars? É o domínio político da galáxia (universo), onde República e Império disputam o poder. Acontece que o mesmo líder atua dos dois lados: o Senador Palpatine (futuro Imperador) provoca a luta entre os dois lados, sendo que o vencedor acaba sendo ele mesmo. Puro engano!?

Sem exageros, poderíamos dizer que se trata apenas uma ficção, mas tem algo de subliminar aí:

1. A mentira rege o poder político. Sabemos que Jesus denunciou Satanás como sendo o pai da mentira em (João 8:44) - Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira.


2. Satanás, justamente por tentar dominar o universo, foi lançado fora por Deus, em Isaías 14:12-15:
(Isaías 14:12-15) - Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. E contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo.

• A chamada "força"
A força, assim chamada, está presente por todos os 6 episódios da saga. Sua definição é a seguinte: é um campo de energia criado por todas as coisas vivas. Ela cerca e penetra todas as pessoas e mantém a galáxia unida.
Com ela, o seu portador é capaz de mover objetos, dominar mentes mais fracas, transmitir/captar pensamentos, antecipar o futuro e influenciar o pensamento de terceiros. Permite que os espíritos dos mortos se manifestem de forma limitada, no universo material. Creio que já conhecemos isto, mas com outros nomes: feitiçaria, magia negra ou branca, poder da mente, espiritismo etc. De qualquer maneira, esta prática é terminantemente abominável por Deus.
(Deuteronômio 18:11-12) - Nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; Pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR; e por estas abominações o SENHOR teu Deus os lança fora de diante de ti.


Os filmes utilizam muito a expressão "Que a força esteja com você", cujo propósito principal é difundir a frase entre os fãs. Parece ser uma besteira, mas no mundo espiritual tem muito peso. É uma mensagem subliminar, uma espécie de encantamento, para que a tal "força" se espalhe entre os outros. Em Provérbios 18:21, a própria Palavra diz que morte e vida estão no poder da língua, ou seja, as palavras têm grande poder no mundo espiritual.

A tal chamada "força" possui também um lado negro, cujas características são: ódio, ambição, dominação e impaciência. Corrói a saúde e deforma fisicamente os que optam pelo lado negro da força. Concluímos que, na realidade, NENHUM LADO É BOM. Os lados "branco" ou "negro" provocam efeitos totalmente proibitivos pela Bíblia.

Outro ponto importante é: nunca se revela QUEM está por trás desta força. É OCULTA. Parece ter vida própria, ou criada por algum ser superior que jamais é mencionado. É fácil concluir que Satanás está por trás desta doutrina falsa e de alta influência. Lembrem-se: este tipo de influência jamais fica preso somente à trama do filme, mas a intenção principal é atingir a quem o vê. E tem mais: Satanás é sutil e trabalha sorrateiramente, como a cobra até o momento de "dar o bote".

• Anakin Skywalker
É o personagem principal da trama. Anakin Skywalker é uma criança nascida de profecia, possivelmente concebida pelo desejo da própria "força". Curiosamente, é uma analogia (ou diria melhor: uma imitação barata) ao fato de Jesus Cristo ter sido concebido pelo próprio Espírito Santo. Se a trama seria somente um filme de entretenimento, por que esta tentativa de se imitar a mesma situação de nascimento de Jesus Cristo? Não nos esqueçamos do que acabamos de ler em Isaías 14:12-15: o diabo aspirou ao trono de Deus e pretendia ser mais que Deus, então é de se imaginar que ele imite a Deus para tentar enganar a muitos na tentativa de tomar seu lugar na vida das pessoas.
Anakin Skywalker
Anakin é então seduzido pelo lado negro da força, transforma-se em Darth Vader e se torna mestre deste mesmo lado negro, provocando matanças e destruição por toda a série de filmes. Mas de onde vem o nome Anakin?
Darth Vader
O nome "Anakin" vem exatamente dos filhos de Anaque (anaquins), e aparecem nas seguintes passagens bíblicas:

• Deuteronômio 1:28
"Para onde estamos nós subindo? nossos irmãos fizeram com que se derretesse o nosso coração, dizendo: Maior e mais alto é o povo do que nós; as cidades são grandes e fortificadas até o céu; e também vimos ali os filhos dos anaquins."

• Deuteronômio 9:1-2
"Ouve, ó Israel: hoje tu vais passar o Jordão para entrares para desapossares nações maiores e mais fortes do que tu, cidades grandes e muradas até o céu; um povo grande e alto, filhos dos anaquins, que tu conhecestes, e dos quais tens ouvido dizer: Quem poderá resistir aos filhos de Anaque?"

• Deuteronômio 2:10-11
"Antes haviam habitado nela os emins, povo grande e numeroso, e alto como os anaquins; eles também são considerados refains como os anaquins; mas os moabitas lhes chamam emins."

• Números 13:32-33
"Assim, perante os filhos de Israel infamaram a terra que haviam espiado, dizendo: A terra, pela qual passamos para espiá-la, é terra que devora os seus habitantes; e todo o povo que vimos nela são homens de grande estatura. Também vimos ali os nefilins, isto é, os filhos de Anaque, que são descendentes dos nefilins; éramos aos nossos olhos como gafanhotos; e assim também éramos aos seus olhos."

Portanto, anaquins eram gigantes (neflins) que habitavam na terra. Daniel Mastral e Isabela Mastral, em seu livro "Rastros do Oculto"3, demonstram claramente que os gigantes são resultado de relações sexuais entre demônios (anjos caídos) e mulheres humanas. A origem dos gigantes está em Gênesis 6:1-4:
"Sucedeu que, quando os homens começaram a multiplicar-se sobre a terra, e lhes nasceram filhas, viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. Então disse o Senhor: O meu Espírito não permanecerá para sempre no homem, porquanto ele é carne, mas os seus dias serão cento e vinte anos. Naqueles dias estavam os nefilins na terra, e também depois, quando os filhos de Deus conheceram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos. Esses nefilins eram os valentes, os homens de renome, que houve na antigüidade."

"Filhos de Deus" é uma expressão hebraica cujo significado é "anjo". A prova está em Jó:
(Jó 1:6) - E num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles.


(Jó 2:1) - E, VINDO outro dia, em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles, apresentar-se perante o SENHOR.


Os anjos que são citados em Gn 6:1-4 são anjos caídos, ou demônios, que foram lançados à terra por causa da rebelião de Satanás contra Deus. São aquele um terço de anjos (Apocalipse 12:4), lembram? Pois bem, esse fato despertou a ira de Deus contra o homem, a ponto de reduzir sua idade para 120 anos. No caso dos demônios (os "filhos de Deus") já foram condenados por Deus a esta altura.

Estes gigantes eram aberrações! Tinham seis dedos nas mãos e nos pés (1 Crônicas 20:4-8) - daí outra "mera semelhança": ao ser seduzido pelo lado negro da força, Anakin se deforma fisicamente. O mesmo acontece com o Senador Palpatine, que se torna o imperador. Seria somente coincidência este personagem chamar-se justamente "Anakin"? Ezequiel 28:19 deixa claro que Satanás, por ter se rebelado contra Deus, perdeu sua beleza e se tornou uma criatura horrível. O mesmo ocorreu com todos os anjos que caíram com ele.

• Midiclorianas
As midiclorianas eram microorganismos que facilitavam a "canalização" da força dentro do corpo do humano ou outra criatura. Anakin era o que mais as tinha em seu organismo. Daniel Mastral e Isabela Mastral, no mesmo livro, comentam que segundo o satanismo, os gigantes eram experiências genéticas primitivas. Hoje, as experiências concentram-se em mutações no DNA para melhor canalização dos demônios nos corpos humanos. Ou seja, os demônios usariam os corpos humanos mais facilmente após estas mutações genéticas.

• A lua de Endor
Era o local secreto de construção da segunda estrela da morte. Seu nome-código era "lua santuário". O nome "Endor" chama a atenção, porque é exatamente o nome do local onde Saul consulta a uma feiticeira que invoca um demônio se fazendo passar por Samuel, em 1 Samuel 28:7-11. A questão seria: por que o diretor George Lucas escolhe sempre nomes de lugares e personagens que são exatamente citados como abomináveis a Deus por toda a Bíblia?
(I Samuel 28:7-11) - Então disse Saul aos seus criados: Buscai-me uma mulher que tenha o espírito de feiticeira, para que vá a ela, e consulte por ela. E os seus criados lhe disseram: Eis que em En-Dor há uma mulher que tem o espírito de adivinhar. E Saul se disfarçou, e vestiu outras roupas, e foi ele com dois homens, e de noite chegaram à mulher; e disse: Peço-te que me adivinhes pelo espírito de feiticeira, e me faças subir a quem eu te disser. Então a mulher lhe disse: Eis aqui tu sabes o que Saul fez, como tem destruído da terra os adivinhos e os encantadores; por que, pois, me armas um laço à minha vida, para me fazeres morrer? Então Saul lhe jurou pelo SENHOR, dizendo: Vive o SENHOR, que nenhum mal te sobrevirá por isso. A mulher então lhe disse: A quem te farei subir? E disse ele: Faze-me subir a Samuel.

• O andróide C3PO adorado como deus
No episódio 6 (O Retorno de Jedi), o andróide C3PO se senta num trono e é adorado como deus pela tribo das criaturas Ewoks, nesta mesma lua de Endor. Vendo o fato, o personagem Luke Skywalker (filho de Anakin Skywalker) usa a "força" e levita o trono, ovacionando ainda mais a adoração a C3PO. Parece exagero de minha parte, mas são práticas totalmente contra a Bíblia e não posso deixar de comentá-las. Em Êxodo 22:20 e 2 Crônicas 33:17, entre outras passagens, Deus deixa claro para que ninguém preste culto a outros deuses.
Andróide C3PO
• O planeta Naboo
Naboo5 (pronuncia-se Nabú) é o nome do planeta onde vivia a rainha Padmé Amidala, esposa de Anakin Skywalker. Mais uma vez, este nome não é uma escolha a esmo. A Bíblia de Estudo Almeida6, indica o seguinte nas notas de Isaías 46:1:

Nebo, ou Nabú, era o nome de um deus mesopotâmico ou babilônico venerado como o deus da escrita e sabedoria. Deus diz que até estes falsos deuses se curvam perante Ele em Isaías 46:1-2:

"Bel se encurva, Nebo se abaixa; os seus ídolos são postos sobre os animais, sobre as bestas; essas cargas que costumáveis levar são pesadas para as bestas já cansadas. Eles juntamente se abaixam e se encurvam; não podem salvar a carga, mas eles mesmos vão para o cativeiro."

• Convivência de criaturas grotescas com seres humanos aparecem constantemente na trama
Dá para se notar claramente na trama que existe a tentativa de se acostumar o espectador às mais variadas criaturas horríveis convivendo "numa boa" com seres humanos, como é o caso de Jabba, Mestre Yoda e etc. Os filmes da série são recheados destes seres e talvez seja o que mais atrai o público. Demônios são criaturas horríveis (Ezequiel 28:19) e hoje convivem com a humanidade com a missão de matar, roubar e destruir (João 10:10).

Colocando esta análise à luz da Bíblia, é possível (não estou afirmando categoricamente, apenas dizendo que é possível) que a mensagem subliminar aqui sugere que a convivência de demônios com seres humanos seria algo normal e aceitável. Ora, o papel da Igreja é submeter-se a Deus e oferecer resistência ao diabo e seus demônios!

• Uma nave chamada Leviathan
Esta nave aparece no episódio 3. Segundo o satanismo, Leviathan é um dos principados de mais poder logo abaixo de Satanás, na hierarquia dos demônios. Por que uma nave é justamente batizada com este nome? Curiosamente, o comandante desta name tem o nome de Saul Karath. Na Bíblia, o rei Saul recebeu unção de Deus para governar o Povo mas foi deposto por Deus por sua desobediência. Acabou se suicidando (fez o que o diabo queria!).

Veja o que a Bíblia diz sobre Leviathan em Isaías 27:1:
"Naquele dia o Senhor castigará com a sua dura espada, grande e forte, o leviatã, a serpente fugitiva, e o leviatã, a serpente tortuosa; e matará o dragão, que está no mar."

Irmãos, o ser humano sempre tem uma tendência de levar as coisas para o lado do extremismo. Tomei o maior cuidado ao escrever esta mensagem e até pensei se deveria escrevê-la ou não, mas a ordem de Deus foi clara. O importante é que o cristão tenha equilíbrio para analisar os fatos. A intenção de descortinar o que está por trás de Star Wars é para que possamos prestar mais atenção sobre que tipo de alimento estamos dando às nossas mentes e às mentes de nossos filhos. Árvore boa não dá maus frutos e vice-versa.

Existem filmes que não possuem este tipo de mensagem subliminar, mas vivemos num mundo que jaz no maligno (1 João 5:19) e todo cuidado é pouco. Por isto temos que vigiar sempre para continuar oferecendo resistência a Satanás e seus demônios (1 Pedro 5:8).

Não há pecado nenhum em ir ao cinema e/ou assistir a um filme aparentemente inocente. Mas a dica que dou é: busquem o dom de discernimento do Espírito Santo justamente para filtrar se algo é mesmo inocente ou não. Eu particularmente fiquei muito surpreso com a quantidade de satanismo que encontrei inserida nas entrelinhas de Star Wars.

Ponham tudo à prova e retenham o que é bom (1 Tessalonicenses 5:21).

A Paz do Senhor a todos!

por Marcelo Benedeti Palermo


Fonte:
- REPORTAGEM. Especial Star Wars. URL: http://www.estadao.com.br/especial/extraonline/infograficos/starwars/main.htm. O Estado de São Paulo. Última modificação: 24 de julho de 2005.

- STARWARS.COM.
- MASTRAL, Daniel e MASTRAL, Isabela. Rastros do oculto. 1.ed. São Paulo: Editora Naós, 2004. 400 p.

- BÍBLIA DE ESTUDO ALMEIDA. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

- MASTRAL, Daniel e MASTRAL, Isabela. Filho do fogo - o descortinar da alta magia - volume 1. 9.ed. São Paulo: Editora Naós, 2003. 320 p.
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PRÓ VIDA

Pró-Vida - A integração cósmica pregada pelo movimento de Celso Charuri

Um movimento estranho de caráter esotérico, sediado na cidade de São Paulo, já alcançou algumas outras cidades do país.

Embora não possamos defini-lo como uma sociedade secreta religiosa, como a Maçonaria, a Teosofia ou a ordem Rosa-Cruz, este movimento, porém, não deixa de manter um certo “secretismo” em relação às suas atividades e doutrinas, restritas aos seus membros. A curiosidade de alguns dos interessados só pode ser satisfeita com a condição de a pessoa matricular-se nos cursos oferecidos pelo Instituto.

Quase todas as circulares, por meio das quais são oferecidas instruções aos participantes do Instituto, apresentam a seguinte declaração (ou pergunta) em manchete: “Como vai a sua mente?”. Com isso, demonstra que sua preocupação maior é o desenvolvimento da mente, cujo objetivo é fazer que o participante chegue ao que denominam “Integração cósmica”.

O que é realmente a Pró-Vida?
Deixemos que o dr. Celso Charuri, idealizador e fundador da entidade, responda à pergunta: “a Pró-Vida é um Instituto, com sede na capital de São Paulo, que se propõe a conduzir os interessados a uma integração cósmica”.
OBS: A fim de colocar o leitor a par da referida entidade, prosseguimos com as indagações.

O que significa integração cósmica?
“Significa fazer que o homem amplie sua visão em relação ao ‘habitat’ em que vive. Em simples palavras, significa sair do seu egocentrismo, depois de sua cidade, depois do seu estado, depois de seu país, depois de seu planeta, depois de todos os planetas e assim por diante, até descobrir que ele é uno e todo ao mesmo tempo, e que dentro dele brilha a mesma centelha divina que também está presente numa bactéria do mais longínquo planeta imaginável”.

E como a Pró-Vida conduz os interessados a este propósito?
“Por intermédio de nove cursos, nos quais são discutidos e analisados temas dentro da esfera mental, física e espiritual”.

Lá se pratica treinamento mental?
“Sim, de uma forma ordenada, por profissionais capacitados, representados por médicos, fisiologistas, psicólogos e filósofos”.

Em que consiste o treinamento mental?
“Consiste numa série de processos, que visam a retirada dos véus que impedem ao homem a captação de vibrações energéticas que nos cercam”.

O que acontece quando estes véus são retirados?
“Acontece uma ampliação de consciência, até chegar à consciência cósmica”.

Que benefício isto traz ao homem?
“Com a ampliação da consciência, o homem conhecerá a Verdade que o levará à Justiça, que lhe dará liberdade e, finalmente, o homem encontrará a almejada paz”.

E o que é a central geral dos dízimos?
“É, em resumo, o ato manifestado, ou seja, a ação que é própria do homem integrado cosmicamente. Em outras palavras, é o privilégio de ser nas mãos de quem dá” (grifo do autor).

Diante dos pontos centrais expostos pela Pró-Vida, tecemos os seguintes comentários a respeito:

Panteísmo
Pode-se afirmar que a Pró-Vida é mais uma entidade que integra o conceito do Movimento Nova Era. Que conceito é este? Administrar melhor a mente do indivíduo a fim de alcançar, pelo desenvolvimento da mente, sua própria divindade, tornando-se Um com o Todo. A Nova Era propaga que “Jesus nos ensinou a usarmos o que hoje a Ciência da Mente reconhece que é uma lei infalível e universal: o que você pede, o que você pensa e deseja, o que você mentaliza, acontece, porque o subconsciente é acionado para executar. No âmago do subconsciente está o Pai, o eu superiror”.

Quando lemos a respeito de conceitos como os expostos, logo nos lembramos que este grupo admite um princípio religioso conhecido como panteísmo, ensino próprio das religiões orientais, como o budismo, o hinduísmo, o taoísmo, entre outros. Este ensino admite que tudo é Deus e porque tudo é Deus, então Deus, como um ser pessoal espiritual, não existe. Para este conceito, a identidade Pró-Vida dá uma nova nomenclatura: “integração cósmica”. Nos outros movimentos ocultistas, a expressão é “consciência cósmica”.

Segundo o dr. Celso, “integração cósmica” é sair do egocentrismo [...] até nos unirmos no Deus Uno e Todo.

A oração do Pai-nosso
Ao ensinar a oração do Pai-nosso, Jesus incluiu uma súplica que deveria ser repetida todas as vezes que ela fosse feita: “... seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mateus 6.10).

Ao contrário da oração-modelo recomendada por Jesus — “seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu” — houve alguém num passado longínquo que fez uma oração diferente, dentro dos moldes a que se propõe a Pró-Vida com seus cursos de desenvolvimento mental, sugestionando o conceito de “nos unirmos no Deus Uno e Todo”. A pessoa em questão foi Lúcifer, o líder dos coros celestiais. A sua oração está dita nos seguintes termos: “Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, ao lado do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo” (Isaias 14.13,14).

A vontade de Deus já não era mais importante para Lúcifer. Ele tinha decidido “fazer a sua própria vontade”. E, com um terço das hostes angelicais, ele lançou a sua rebelião. Foi um esforço abortado porque Deus reagiu rapidamente. As legiões de anjos que acompanharam Lúcifer foram lançadas fora do céu como estrelas cadentes. O domínio de Lúcifer foi imediatamente reduzido do estado celestial para um posto distante do universo chamado terra. O seu espírito de anarquia contra-explodiu da maneira mais terrível. No entanto, Lúcifer, agora Satanás, não admitiria derrota ou erro. Então começou a procurar outras vítimas as quais pudesse enganar para fazer o seu trabalho, como ele tinha feito com os anjos ímpios. Seus olhos caíram sobre Eva e, imediatamente, pôs as mãos à obra.

“Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais. Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal” (Gênesis 3.1-5).

A frase de Satanás ainda não mudou: “É assim que Deus disse?”. Sempre lançando dúvidas sobre a autoridade da Palavra de Deus. Deus tinha dado ordens específicas a Adão e Eva para que não comessem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, pois, caso o fizessem, certamente morreriam. Satanás lançou a idéia de que talvez Deus estivesse enganado e que eles certamente não morreriam. Ao contrário, seriam como deuses. Esta é a promessa do Movimento Nova Era e de seu Instituto menor, a Pró-Vida.

Diz o dr. Celso que a “’integração cósmica’ é sair do egocentrismo [...] até nos unirmos no Deus Uno e Todo”.

As teses básicas da doutrina panteísta são:
a) Nada existe, exceto a matéria.
b) Deus e o universo são idênticos.
c) Todas as coisas, corpóreas ou espirituais, emanam da substância divina.
d) A substância divina torna-se todas as coisas por manifestação ou evolução de si mesma.
e) Deus é um ser universal e indefinido que, ao determinar-se a si mesmo, compõe o universo que é diversificado em gêneros, espécies e indivíduos.

Um Deus pessoal
Ao contrário, a Bíblia ensina o monoteísmo, ou seja, a existência de um só Deus. Os judeus pronunciam em altos sons: “Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças” (Deuteronomio 6.4,5).

O próprio Deus afirma sua singularidade: “Eu sou o SENHOR; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei” (Isaias 42.8).

O apóstolo Paulo ensina também que devemos descobrir “qual seja a boa,agradável, e perfeita vontade de Deus para as nossas vidas” (Romanos 12.2). Este Deus revelou-se na Bíblia como o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Mateus 3.16,17; 28.19; 2Coríntios 13.13).

Etapas para alcançar a paz
Além de oferecer aos seus alunos condições de alcançarem a integração cósmica, o dr. Celso declara:

“Com a ampliação da consciência, o homem conhecerá a Verdade. Esta o levará à Justiça, que lhe dará Liberdade e, finalmente, o homem encontrará a almejada Paz”.

Em outras palavras, alcançar a paz por caminhos diferentes dos apontados na Bíblia. Alcançar a Verdade, alcançar a Justiça, alcançar a Liberdade que levará o homem à almejada Paz, por outros caminhos, como desenvolvimento por meio de cursos mentais, é procurar algo em vão. Jesus declarou os meios pelos quais esta verdadeira paz poderia ser alcançada: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (João 14.27).

Como sabemos pela Bíblia, o problema do homem não é a ignorância de sua divindade nem de seu poder mental ainda inato que precisam ser despertados pelo desenvolvimento de poderes extra-sensoriais para que ele (o homem) se integre ao cosmos. Antes, o problema do homem é o pecado, que se introduziu no mundo pela desobediência: “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram” (Romanos 5.12).

O pecado afasta o homem de Deus e o torna infeliz: “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados. Esquadrinhemos os nossos caminhos, e provemo-los, e voltemos para o SENHOR” (Lamentações 3.39-40).

Jesus veio ao mundo para reconciliar o homem com Deus, perdoando os seus pecados: “O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação” (Romanos 3.25). Quando o homem aceita a Jesus Cristo como Senhor e Salvador encontra a paz tão almejada pela humanidade: “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” (Romanos 5.1).

Certamente, o curso ministrado pelo movimento Pró-Vida jamais poderá oferecer aos seus alunos e simpatizantes e paz que tanto almejam e procuram.

Cursos ministrados
Nas agendas das atividades físicas e mentais marcadas para cada mês encontram-se as programações com as seguintes atividades: Torneio Robin Hood de Arco e Flecha, Clarividência, Ginástica Aeróbica, Vôlei, Telepatia, Psicometria, Xadrez para iniciantes, Feiras de Mitologia, Radiestesia, entre outras.
Ainda, como parte das festividades, programam o dia da Assembléia Central Geral do Dízimo no Clube de Campo Pró-Vida. Existe também o Corpo de Baile da Pró-Vida.

Algumas dessas práticas têm ligação ocultista e, por conseqüência, têm conotação com o satanismo. Vejamos:
Clarividência: é a “visão” mental de objetos ou eventos físicos a distância, por meios psíquicos.
Levitação: a pessoa fica suspensa no ar.
Psicometria: é a capacidade de adivinhar atos a partir de objetos pessoais.
Telepatia: é a transferência silenciosa de pensamentos de uma mente para outra. Envolve a percepção extra-sensorial dos pensamentos ou do estado mental de outra pessoa.
Radiestesia: trata-se da prática de procurar a localização de objetos ocultos por meio das varas de adivinhação, dos pêndulos. É aplicada também em outros campos (prospecção mineral).
Feiras de Mitologia: ocasião em que certos objetos ligados à mitologia são expostos à venda. Destacam-se incensos, perfumes, talismãs e amuletos de uso universal como: figa, ferradura, trevo de quatro folhas, elefante em estatueta, forca, corcunda, pomba, cobra mordendo a cauda, gato preto, sino, entre outros.

Proibição divina
Consideradas à luz do ensino bíblico, não vemos como possamos criticar qualquer exercício físico que vise o bem do corpo: “Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir” (1Timóteo 4.8). Contudo, outros exercícios que envolvem a mente em práticas ocultistas são contrários aos ensinos bíblicos:

“A feiticeira não deixarás viver” (Êxodo 22.18).
“Não agourareis nem adivinhareis” (Levitico 19.26).

“Quando alguém se virar para os adivinhadores e encantadores, para se prostituir com eles, eu porei a minha face contra ele, e o extirparei do meio do seu povo. Quando, pois, algum homem ou mulher em si tiver um espírito de necromancia ou espírito de adivinhação, certamente morrerá; serão apedrejados; o seu sangue será sobre eles” (Levitico 20.6,27).


“Entre ti não se achará [...] nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR; e por estas abominações o SENHOR teu Deus os lança fora de diante de ti” (Deuteronomio 18.10-12).

Porta que leva à perdição
Como convite irrecusável para os que se interessam pelo seu curso, a Pró-Vida oferece: “O MUNDO BEM MELHOR JÁ É UMA REALIDADE PARA OS QUE ATRAVESSARAM A PORTA PRÓ-VIDA”.

Em contrapartida, declaramos que o mundo de fato tornou-se verdadeiramente bem melhor para aqueles que realmente aceitaram o Príncipe da Paz: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaias 9.6).

Jesus afirmou: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens” (João 10.9).

A entrada pela porta larga é a que conduz à perdição (Mateus 7.13,14).

Fiquemos atentos!

Fonte: Natanael Rinaldi
- Circular 69, outubro de 1986.
- Lauro Trevisan. Os Poderes de Jesus Cristo, p. 234.
- Circular nº 70, de novembro de 1986.
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REIKI

Reiki – A técnica esotérica que diviniza o espírito humano


Parece que a cada ano surge uma nova epidemia de “faça isso ou aquilo” para se alcançar “uma boa qualidade de vida”. Dentre as inovações, o Reiki, uma espécie de massagem pela imposição das mãos, é a última moda entre os artistas e demais personalidades brasileiras. A posição dos militantes desse movimento é extremamente ousada. Certo comentarista dessa técnica afirma que seu fundador, Mikao Usul, conseguiu recuperar as técnicas de cura utilizadas por Jesus em seu ministério terreno.

Mikao Usul

Será que esse movimento tem algum fundamento cristão? Não! Como veremos, não existe nessa corrente religiosa nenhum indício dos ensinos de Cristo, pois o Filho de Deus jamais usou de técnicas para curar as pessoas, tudo o que fez foi pelo poder e autoridade de Deus.

É incrível, mas cada movimento oriental que surge insiste em afirmar que encontrou algum tipo de solução para os problemas que afligem a humanidade. E, para arrebanhar adeptos, apontam para o interior do homem que está sempre em busca de toda e qualquer resposta para os seus dilemas, seja da mente ou do corpo. As formas esotéricas para a solução dos problemas humanos são diversas. Entre elas, a meditação e a meditação transcendental. A primeira é feita com ajudas externas, como a música e a visualização. A segunda só é bem-sucedida pela respiração ritmada, pelo esvaziamento, pelo êxtase e pela recitação de mantras.

A ioga, a acupuntura e o feng shui também são métodos utilizados nesse processo. Outros canais externos são o uso da urina, das terapias da luz, do vento, da música, das cores e dos líquidos. O incenso é utilizado pelos esotéricos como um canal de energização.

Segundo os místicos, existem também, fora os externos, os canais internos no corpo dos pacientes pelos quais podem captar e/ou emanar energia vital. Esses pontos são chamados de chacras – aliás, diversos movimentos espíritas usam os mesmos pontos e, quando não, a mesma nomenclatura para defini-los. Seria apenas coincidência ou tais movimentos têm as mesmas raízes?

A técnica esotérica
Reiki é a energia vital (Ki), direcionada e mantida pela sabedoria universal (Rei). “É a energia natural, harmônica e essencial a todo ser vivente”, afirmou uma revista sobre terapias alternativas ao comentar a respeito desse movimento.

Os “reiquianos” dizem que uma energia vital ocupa e abrange todo o corpo humano. Segundo eles, é justamente essa energia que possibilita, enquanto dormimos, o trabalho vital de respiração, irrigação e batimentos cardíacos sem a nossa consciente intervenção. Esse corpo etéreo deve ultrapassar o corpo físico em aproximadamente 2,5 centímetros. Quando algo está errado, ou seja, quando sentimos em nossa própria pele que não estamos bem, por um órgão ou parte do corpo não está cumprindo suas funções harmonicamente, paramos para cuidar dessa parte do corpo. Percebemos então que a saúde é justamente o estado de perfeito funcionamento dos órgãos do corpo em si mesmo e em seu conjunto, e que a dor é um grito de socorro desesperado do corpo para que possamos agir.

Afirmam que esse corpo vital, etéreo, é responsável pela absorção da energia vital adquirida pelos chacras, pontos que captam e emanam energia que interage com a natureza. Para o equilíbrio do corpo etéreo com a energia vital (Ki) é necessário obter a sabedoria universal (Rei) que se manifesta na interação com a natureza.

O Reiki é aplicado pela imposição das mãos a uma distância de três a cinco centímetros entre o paciente e o aplicante. Todo o processo não dura mais do que cinco minutos e as mãos do aplicador devem estar em forma de concha. No final, é feito um ritual para “fechar” o campo áurico do paciente. Em seguida, o aplicante lava as mãos com água fria e corrente para purificá-las.

Os objetivos das aplicações do Reiki, entre outros, são: curas físicas, combate ao estresse e ativação da concentração e do raciocínio. Alguns astros e estrelas televisivos têm procurado o movimento e testemunhado que, após as aplicações, alcançaram maior concentração mental e capacidade para resolver questões pessoais, além de melhor qualidade de vida.

Os deuses do Reiki
Os “reiquianos” compartilham os ícones de seus ensinamentos com qualquer cultura ou movimento religioso. São adeptos do ecletismo e do sincretismo, pois aceitam os ensinos ocultistas de outras correntes religiosas. A técnica “reiquiana” pode ser interpretada como sendo a emanação de um deus pessoal ou impessoal. E o mais absurdo é que seus mentores alegam que Jesus é a fonte espiritual dessa técnica.

A “sabedoria universal”, afirmam, “pode ser invocada com outros nomes”. A saber: Fonte Primeira, Deus ou Deusa, Criador, Aquele que é, a Chama, o Buda, o Cristo, o Brahma, a Ordem Natural, o Todo, Tupã e Energia”. Tudo vai depender da forma como ela é venerada e conhecida em cada cultura mundial mediante seus ídolos. Prana, para os hindus; Chi, para os chineses; Ka, para os egípcios; Pneuma, para os gregos; e Nefesh, para os judeus. E prosseguem. Na Polinésia ela é conhecida como Mana e os russos a identificam como bioenergia. Para os alquimistas ela é o Fluido da Vida e para os cristãos, Luz ou Espírito Santo.

Suas divindades podem ser identificadas com quaisquer ídolos que tenham afinidade. Essa possibilidade na prática do Reiki traz uma espécie de “desencargo de consciência”. Isto é, “não vou ferir minha devoção se posso identificar meu deus (ou ídolo) como emanador dessa energia”. Chamamos esse procedimento de sincretismo religioso.

Assim como os ecologistas místicos, os “reiquianos” também crêem que a terra é a “Grande Mãe”, com influência mística. Essa influência é conhecida no Reiki como Karuna Reiki, o aspecto feminino da energia vital. Na China, essa influência é simbolizada pela mãe Kuan Yin. Na Índia, ela é conhecida pelo nome de Avalokitesbuara. No Tibet, é chamada de Chenrezig. No Japão, de Kannon. E aqui, no Brasil, existem dois ícones: Nossa Senhora Aparecida e Iemanjá.

Segundo esse movimento, a influência feminina, dócil e compassiva de Karuna Reiki traz paz de espírito. Será?!

Os “reiquianos” consideram que todas as culturas acharam, em suas respectivas civilizações, a mesma fonte de sabedoria e residência da energia vital. Bem, se isso for verdade, o que o Reiki oferece de novo? Nada.

Por tudo que vimos, parece que o Reiki nada mais é do que um movimento espírita e ecumênico em sua prática e ensino. As curas por imposição de mãos, recurso tão peculiar nessa religião, podem ser atribuídas tanto a Iemanjá quanto a Maria (ídolo católico). Ou, então, a Buda ou ao Jesus da Cristandade. Para os “reiquianos”, não importa a origem das forças ocultas que atuam em suas sessões.

Visão holística: ferramenta da Nova Era
Os “reiquianos” dizem que o homem deve ser estudado de forma global: mente, corpo e espírito. Esse ponto de vista indica que a pessoa interage com a natureza e que sua disposição mental está intrinsecamente relacionada à saúde do corpo. A idéia é de que somos “um” com o universo, ou seja, que o universo, a mente, o corpo e o espírito interagem ou podem estar desequilibrados, causando doenças e outros distúrbios. Todos os tratamentos medicinais para essas doenças ou distúrbios são apenas soluções paliativas, porque não alcançam a causa do problema. Então, entra a propaganda mística de que a visão holística proverá milagres! – “alcançará as causas e trará equilíbrio ao corpo, fazendo cessar os sintomas”, afirmam.

De acordo com os mestres holísticos, o tratamento ideal é permitir que o corpo “fale” e transmita o método apropriado para o tratamento. Um dos conselhos desses mestres é: “Uma viagem; uma perspectiva de si mesmo mais suave; ou mesmo procurar um padre ou um médium ou mesmo um médico – mas deixe seu corpo opinar”.

Tal conselho, no entanto, não é sábio, pois, segundo os princípios bíblicos, devemos averiguar as fontes de nossas orientações. Além disso, confiar no sentimento interior para uma decisão tão importante é algo gravíssimo. O nosso coração é enganoso (Jeremias 17.9), e quando confiamos apenas nele dificultamos e embaraçamos a nossa vida.

Um pouco da história do Reiki
Seu fundador é Mikao Usui, monge japonês e estudioso das religiões que procurava respostas para a técnica de cura usada por Jesus. Mikao percorreu parte da China e da Índia em uma busca incessante desse método. Sua procura foi interrompida no Japão, em um monastério budista, onde supostamente encontrou o que tanto procurava. A descoberta que fez, no entanto, não lhe proporcionou as verdades e práticas espirituais que transformam o homem caído em uma nova criatura diante de Deus.

No monastério budista, Mikao achou alguns escritos “reiquianos” que ensinavam técnicas de cura. “Uma coisa era conhecer a técnica, outra era saber como ativar a energia necessária à aplicação da técnica”, afirmou o próprio Mikao Usui. Foi então que decidiu meditar e jejuar. Subiu ao monte Koryama, no Japão, onde passou 21 dias em meditação. No último dia, foi atingido por uma luz no chacra do terceiro olho (parte frontal da testa) e visualizou a formação dos símbolos do Reiki. Depois da “visão”, ficou inconsciente por algum tempo. E chamou essa experiência de sinal. Seria, então, o primeiro sinal de uma série deles que comprovariam que de fato havia conseguido ativar a energia.

Ao descer do monte, ele feriu um dos dedos do pé e, ao passar a mão no local, foi curado. Seria esse o segundo sinal. O terceiro sinal diz respeito ao fato de haver conseguido comer uma modesta refeição depois de passar 21 dias em jejum. O quarto sinal está relacionado à cura de um atendente que sentia forte dor de dente. O homem alcançou o alívio da dor assim que Mikao passou a mão pelo seu rosto. O quinto e último sinal que o consagrou como portador do conhecimento “reiquiano” foi a cura, em um monastério, de um colega e mestre que sofria de artrite.

Durante suas expedições, Mikao ficou abatido ao descobrir que suas “curas” eram superficiais, ou seja, as pessoas não alcançavam uma mudança espiritual, como aparentemente ocorria no corpo. Inicialmente, as pessoas se arrebatavam com a cura alcançada, mas logo estavam novamente envolvidas com as mesmas dificuldades anteriores e, então, o abandonavam. Daí, Mikao concluiu que precisava atingir a mente de seus pacientes e não apenas o corpo.

Mikao morreu em 1930 e deixou alguns discípulos. Esses seguidores foram influenciados pela escola Tendai, movimento budista tântrico japonês cuja base é o estudo do Ko-fo, arte iogue de respiração e meditação para controlar as energias básicas do corpo.

Oito anos depois de seu falecimento, uma havaiana chamada Hawayo Takata submeteu-se a um tratamento pelo Reiki e foi curada de sua moléstia. Após o “milagre”, ela foi para o Japão, onde passou alguns anos aprendendo a técnica com Chujiro Hayashi. Voltou para o Havaí e começou a ensinar e a divulgar o Reiki no Ocidente.

Prática de espiritismo no Reiki
Não podemos nos esquecer de que o Reiki é um movimento eclético. Mistura seus procedimentos e conceitos com os procedimentos e conceitos de outras religiões, como, por exemplo, o espiritismo e o budismo. E não apenas isso. Se necessário, usa as mesmas nomenclaturas. Quando um movimento lança mão dessa artimanha, simplesmente o faz unilateralmente. No nosso caso, os cristãos, não compartilhamos nem emprestamos nossos conceitos e terminologias a outros segmentos religiosos. O objetivo do Reiki ao esforçar-se dessa maneira é tornar seu ensino mais “digestivo” para os incautos que desconhecem a verdadeira fé cristã.

As práticas e conceitos espíritas que encontramos no Reiki demonstram o quanto esse movimento é perigoso. Segundo seus adeptos, o desenvolvimento de doenças físicas ou emocionais que aparecem no corpo é provocado por lesões como fissuras e obstruções que desequilibram ou desalinham os chacras. E de que maneira os chacras podem ser restaurados e/ou renovados? Pela meditação, pelo passe espírita, por encantamentos, além de outros métodos que os energizam.

A energia Reiki (ou qualquer outra fonte espírita), segundo seus adeptos, alinha e restaura o equilíbrio dos chacras, harmonizando-os. Somente assim o paciente receberá a energia da natureza sem nenhum tipo de obstrução. Tal energia é adquirida por meio da luz, do ar, da água, da terra, dos antepassados e das pessoas que cercam o paciente.

O Reiki à luz da Bíblia
A seguir, apresentaremos os conceitos desse movimento e depois consideremos as respostas bíblicas.

• Os “reiquianos” afirmam que as pessoas conseguem evitar os distúrbios buscando o equilíbrio consigo mesmas e na natureza. O pecado não existe. Nas culturas orientais é comum os ensinos espíritas que procuram anular a consciência do pecado, pois atribuem os distúrbios de caráter, as doenças físicas e espirituais, as deficiências e a morte ao desequilíbrio com o meio ambiente. Por isso os “reiquianos” buscam o equilíbrio nas práticas esotéricas e em si mesmos a fim de obterem paz e saúde duradoura. Como o pecado para eles não existe, concebem a idéia de que a humanidade caída não herdou nenhum pecado original.

Resposta apologética: Em Gênesis 3.17b, as Escrituras confirmam que houve de fato um desequilíbrio no meio ambiente: “maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida”. Todavia, devemos ficar atentos a um detalhe: o pecado (queda espiritual) foi a causa desse desequilíbrio, não o inverso. Houve um pecado original, real! E podemos localizá-lo no tempo e nas ações do primeiro casal (Gênesis 2.17). Adão e Eva desobedeceram ao Senhor e atentaram contra a sua soberania ao comerem do fruto proibido, símbolo do conhecimento do bem e do mal. E, por causa desse delito, o homem distanciou-se de Deus.
As conseqüências do pecado de Adão e Eva não demoraram a acontecer:
1. Guerra espiritual entre o homem e o diabo
(Gênesis 3:14-15) - Então o SENHOR Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a fera, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida. E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.


2. Insuficiência, deficiência no corpo humano e desequilibrio na família
(Gênesis 3:16) - E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará.



3. Desequilíbrio social
(Gênesis 3:17) - E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida.



4. Desequilíbrio dos ciclos naturais e morte física
(Gênesis 3:17-19) - E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás a erva do campo. No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás.

5. Morte espiritual, ou seja, a separação eterna do Criador
(Gênesis 3:22) - Então disse o SENHOR Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente,


Aparentemente, a pena da condenação ultrapassou, em muito, o ato do pecado cometido pelo primeiro casal. Devemos entender que Deus olha o pecado sob uma perspectiva diferente da nossa. Ele não vê apenas o ato isoladamente, mas todas as implicações relacionadas ao pecado. Além disso, qualquer pecado separa literalmente a pessoa de Deus. É uma questão moral que afeta a justiça e a santidade de Deus, como Juiz e Criador. Apesar de tudo, a humanidade não ficou à mercê do juízo sem que tivesse uma oportunidade de libertação. O próprio Senhor foi quem providenciou esse meio de libertação ao prometer um Descendente (Jesus Cristo) que triunfaria sobre o diabo e suas artimanhas (Gênesis 3.15). Essa provisão divina ‘cobriria’ os efeitos daninhos do pecado (Gênesis 3.21) e traria novamente o paraíso. Ou seja, a presença de Deus na vida do homem (Apocalipse 21.3-5). Somente por esse Descendente prometido é possível ao homem decaído alcançar a paz universal e pessoal com Deus (Filipensses 4.7).

Quanto à ecologia, reconhecemos seus méritos. E, como cristãos, devemos colaborar com a preservação da natureza, mas tais medidas não solucionam o problema em sua raiz – a queda da natureza humana. Embora apoiemos as medidas ecológicas, e incentivemos o contato recreativo com a natureza, não atribuímos, porém, influência mística à natureza. A natureza é criação de Deus, e deve ser cuidada e preservada, mas não adorada
(Romanos 1:20-23) - Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis.

• Segundo os “reiquianos”, o homem tem poder em si mesmo e deve desenvolver esse poder. E, seguindo esse raciocínio, muitas culturas pagãs divinizam o homem. Algumas divinizam seus líderes. Outras, seus mortos. A cultura oriental geralmente encontra respostas para suas questões em si mesma. “O ‘eu’ superior deve ser buscado, temos poder criativo que deve ser desenvolvido e usado a favor do desenvolvimento e da evolução humana”, prega a doutrina Reiki. Ainda seguindo essa mesma concepção, a divinização do homem é uma crença predominante nas culturas orientais e inclui a idéia da evolução das espécies a ponto de alcançarem habilidades sobrenaturais.

Resposta apologética: As Escrituras declaram um caminho diametralmente oposto: o homem está decaindo, não evoluindo. O homem foi criado perfeito, logo, era digno diante de Deus. Mas, ao pecar, decaiu espiritual e moralmente (Deuteronomio 32.5). A trajetória humana desde a queda é negativa e está conduzindo cada vez mais o homem ao caos. Hoje, assistimos de perto aos avanços da tecnologia e de todas as áreas do conhecimento humano, mas esses avanços “mecânicos” não têm contribuído para solucionar os problemas sociais e espirituais da humanidade. O interesse humano em conhecer-se a si mesmo não tem resolvido suas questões primárias, e muito menos as questões mais complexas dos relacionamentos sociais.

A alma humana tem algum poder para curar a si mesma e aos outros? Obviamente que não. É verdade que o homem fora criado por Deus com habilidades naturais sociais superiores às habilidades dos animais irracionais. E, devido a essas habilidades, o homem tem condições para crer e buscar o Criador e receber dele suas provisões. Mas isso não significa que o homem, baseado em sua capacidade espiritual, possua poderes sobrenaturais em si mesmo. Não pode absorver nenhum tipo de energia por meio de mantras, rezas ou símbolos do ocultismo. Portanto, as habilidades propagadas pelas artes orientais são questionáveis.

O ocultismo e todos os seus segmentos são vistos pelas Escrituras como diferentes formas de feitiçaria. As manifestações espíritas são as mesmas, quer seja no candomblé ou no vodu praticado na Nigéria, quer seja em um transe kardecista ou em uma manifestação de um xamã ou por meio da ioga. Em todas as experiências ocultistas os poderes manifestos não provêm da alma, mas da possessão de entidades que se autodenominam mentores da luz, cujo principal objetivo é a destruição moral e espiritual da humanidade.

• O ensino Reiki afirma que a origem das emanações pode ser atribuída a diversos ídolos e deuses, inclusive ao próprio Cristo. Os movimentos orientais e ocidentais, principalmente a Nova Era, não se preocupam em determinar a origem (ou fonte) de suas forças místicas. Sua identificação com outros deuses, ídolos ou poderes impessoais é algo natural, ou pelo menos uma forma de manter uma boa política.

Resposta apologética: O ecletismo e o sincretismo são vistos em nosso mundo globalizado como algo simpático, ou seja, como a velha filosofia da boa vizinhança. Mas as coisas não são tão simples assim. Primeiramente, precisamos entender que qualquer tipo de feitiçaria, misticismo ou mediunidade é condenado nas Escrituras. A busca de poder em si mesmo ou em coisas criadas é vã. A Palavra de Deus ensina que a humanidade distanciou-se de Deus devido à confiança em si mesma. A oferta: “e sereis como Deus” (Gênesis 3.5) era falsa. De forma nenhuma imputou evolução ao homem, mas degradação moral, espiritual e física.

O Criador dos céus e da terra se revelou por meio de sua Palavra. A Bíblia Sagrada é um livro ímpar, ou seja, único. Nenhum outro livro considerado sagrado (os Vedas do hinduísmo, os Três Cestos do budismo, as inscrições egípcias, entre outros) traz revelações sobre a origem do homem, sua situação atual e seu futuro. Somente a Bíblia fornece tais informações. Além disso, a Bíblia revela um Deus único e real que criou e se preocupou com sua criação, orientando e punindo o homem, mas também fornecendo um caminho de salvação por meio de um único Mediador, Jesus Cristo. As credenciais do Messias são claramente fornecidas no Antigo Testamento e devidamente cumpridas no Novo Testamento.

A Bíblia fala da existência de um único Deus e Salvador, Jesus Cristo. E também do culto único ao Criador, excluindo divindades intermediárias, exaltação do ser humano, atribuições de poderes místicos e curadores a objetos, sinais esotéricos e quaisquer meios materiais de purificação espiritual. A mediunidade espírita (ou interação com entidades espíritas) e o culto a ídolos também estão fora das páginas sagradas. As Escrituras não aceitam o sincretismo religioso.

Em 1 Samuel 5.1-4, temos um exemplo que demonstra o costume eclético das religiões pagãs. Lemos no texto em pauta que os filisteus tomaram a Arca da Aliança de Israel e trouxeram-na a Asdode, na casa de Dagom (deus filisteu). Ao agir dessa forma, os filisteus estavam dispostos a adorar tanto o seu deus quanto a qualquer outro deus associado. Mas o Senhor Deus reprovou essa atitude jogando ao chão a imagem de Dagon que, além de caído, estava decapitado e sem as mãos. Esse julgamento condenatório demonstra que o único Deus não comunga com o sincretismo e o ecumenismo.

Além do Todo-Poderoso, não existem outros deuses ou mediadores. Por isso a Bíblia proíbe o sincretismo e o ecumenismo. Quem são os supostos mediadores e ídolos das nações? A Palavra de Deus responde:
(I Corintios 10:20) - Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios.


Vocabulário utilizado no Reiki

- Chacras: Pontos circulares que comunicam emanando e recebendo energia. Literalmente quer dizer “roda” ou “círculo”.
- Cho Ku Rei: É o universo se transformando a cada instante. É o que traz a energia para o mundo físico. É o símbolo do poder.
- Dai Koo Myo: Incorpora a energia do chacra, trabalha o alinhamento com o espírito e é o símbolo da capacitação.
- Hon Sha Zé Sho Nen: É o símbolo que funciona como ponte entre as dimensões. É o caminho sem tempo e espaço entre a matéria densa e o etéreo e entre o passado, o presente e o futuro. Age sobre o corpo mental consciente e sobre o carma.
- Ra Ku: É a ligação com o aspecto divino do ser, símbolo da purificação.
- Sei He Rei: É a unidade e a correspondência, do céu e da terra, do que está em cima e do que está embaixo, da matéria e do espírito, age sobre o corpo emocional, o mundo, o carma e a vida. Libera emoções. É o símbolo do equilíbrio.

Fonte: Marcio Souza (Instituto Cristão de Pesquisas)
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